Os Invisíveis é uma história em quadrinhos semi-autobiográfica (por mais absurdo que isso pareça, como será visto daqui pra frente) escrita por Grant Morrison e publicada nos anos 90. Chegou a se tornar líder de vendas do selo Vertigo, ultrapassando outras HQ's de maior sucesso durante tempos.
E aí é a hora em que se faz cara feia e se pergunta "-Hm, e aí?".
Pois bem, é uma das séries mais surpreendentes que já tive a oportunidade de ler. A história fala sobre uma célula anarquista que pretende libertar a população. Clichê? Não quando o foco de revolta deles são seres transdimensionais, que dominam a terra com poderes mágicos. Talvez esse enredo seja um tanto bobo, porém, na forma que é contada se transforma numa trama deveras interessante.
Primeiramente, os integrantes da célula são: King Mob, expert em artes psíquicas ocultas; Boy, uma ex-policial; Lord Fanny, um travesti carioca com poderes xamânicos; Ragged Robin, uma feiticeira taróloga que jura ter oito anos de idade; e Jack Frost, um violento estudante inglês que é considerado o novo Buda.
Mas sim, dado o resumo da novela, o ponto que quero chegar que talvez deixe os leitores mais instigados é a acusação de plágio feita por Morrison aos irmãos Wachowski por utilizarem os conceitos apresentados por ele no hollywoodiano Matrix. E a razão do autor pode ser notada ao ler rapidamente os quadrinhos - existe uma droga que faz despertar para a realidade, os integrantes se projetam em diversos lugares para agirem, lutam artes marcias da mesma maneira que Morpheu, Neo e Trinity. Todo o pessimismo quanto ao futuro, as mitologias e a metafísica que se encontra em Matrix também pode ser encontrada n'Os Invisíveis. Sem contar os rumores nos quais os diretores de Matrix rodavam o set de filmagem com as revistas em mãos e ordenando a todos como deveria ficar. A diferença, que no fim é pequena, é que Grant usa ocultismo, e não tecnologia, como forma de dominação dos seres humanos.
Recomenda-se a leitura, ainda mais para aqueles que não são muito crentes na realidade (:
31/12/2008
Os Invisíveis - Grant Morrison
por gabriel às 09:16 3 comentários
28/12/2008
I'm Not There.
Bem, não é exatamente um filme que esteja em cartaz ou um lançamento a ser conferido. Porém, pelo primor da obra, posto aqui para recomendá-la a todos os leitores do Metroctopus.
O filme, I'm Not There. (cuja grafia, preferi manter a original), para os desinformados, conta a história da vida do cantor folk Bob Dylan, que, no andar da carruagem, já se tornou uma lenda viva na história da música do século XX. Afinal, quem aqui nunca ouviu falar que foi esse maroto que fez os Beatles experimentarem maconha? (transformando a musicalidade dos antes bons moços - antes sempre barbeados...)
Mas, falando do filme. Dirigido por Todd Haynes e estrelado por nomes grandes como Heather Ledger (talvez só tão aclamado por sua morte, mas, enfim...), Richard Gere, Christian Bale e Cate Blanchett, o filme mostra diferentes facetas do mesmo músico. De um rapagote negro que viaja clandestinamente em trens cantando blues a um foragido no velho-oeste. Temos também o cantor ativista que desiste da carreira para se tornar pastor e o jovem rapaz que veio da fazenda em busca de um emprego. E, por fim, a estrela ensimesmada da música com senso de humor ácido e o ator apaixonado.
Todas essas facetas nos revelam diferentes focos que o famoso Dylan assumiu, porém, talvez, sem perder sua unidade. No filme de 2007, as estórias dos seis acima aparecem cortadas, mostrando sempre diferentes características assumidas pelo homenageado, todas elas embaladas por uma belíssima trilha sonora feita pelo próprio.
I'm not there se aproxima bastante do estilo de filme apresentado por Velvet Goldmine, do mesmo diretor. Histórias ficcionais apresentando com muito bom gosto uma história real.
Deixo a recomendação não só aos fãs de Dylan, obviamente. Toda a beleza do filme, a fotografia que casa perfeitamente com o fundo musical, sem contar as histórias entrecortadas que são belíssimas. Mas, claro: Para quem gosta do rapaz (que não é mais tão rapaz assim), é uma emoção que se duplica.
por gabriel às 12:55 1 comentários
24/12/2008
Feliz Natal!!
Escutar todos os anos as mesmas canções de natal é cansativo. Para animar seu espírito natalino, selecionamos algumas músicas um pouco diferentes.
Para os góticos:
Para os rappers:
ou http://www.youtube.com/watch?v=wsKs-1ClVlc&feature=related
Reggae:
http://www.youtube.com/watch?v=ROAJ_pawMSo&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=L0YeKXTkPmo
Ou, se você prefere algo mais pesado, uma gravadora disponibilizou gratuitamente para download uma coletânea natalina de bandas de metal extremo. Para baixar, acesse http://indierec.skryt.no/sitefiles/65/mp3.zip ou escute pelo myspace da gravadora http://br.myspace.com/indierecordings .
por Cristian Phillips às 13:36 0 comentários
17/12/2008
Arte para crianças - CCBB
Esse é o nome da exposição que ocupa atualmente o espaço do CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil) em Brasília. Apesar do título, a exposição conseguiu manter entretido, por uma longa tarde do cerrado, um grupo de jovens que incluía este narrador. Com obras de autores tão díspares e consagrados quanto Yoko Ono, o suprematista russo El Lissitzky e o poeta brasileiro Manoel de Barros, a exposição com certeza é capaz de atingir um público bem maior que o infantil, em todos os sentidos dessa polissemia. Talvez até peque um pouco por esse motivo, porque eu não tenho certeza de que um grupo de crianças passará muito tempo entretido com um desenho animado psicodélico a ponto de dizer coisas como "besouros não trepam no imaginário...". De qualquer forma, o todo da mostra chama a atenção pela interatividade (na sala dedicada ao escultor construtivo Amílcar de Castro, por exemplo, há uma mesa com papéis e tesouras, para a criação das obras do público) e pela variedade, reunindo vários artistas que se expressam de formas bastante diferentes. Isso sem falar no enorme puff branco cheio de bolinhas ou nas "árvores de natal" onde é possível escrever e pendurar os pedidos feitos ao bom velinho. A exposição cria, afinal, um parquinho bem diferente para crianças e adultos. A exposição estará montada até o dia 18 de janeiro de 2009.
Abaixo, alguns dados da exposição.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília
Entrada Franca
Horários: de terça a domingo, das 9h às 21h00
Visitação: de 31 de outubro de 2008 a 18 de janeiro de 2009
Informações: (61) 3310. 7087
Site do CCBB de Brasília: http://www44.bb.com.br/appbb/portal/bb/ctr2/bsb/index.jsp
Acima, um grupo de crianças já grandinhas se diverte na instalação de Eduardo Sued - A Nave e o Imaginário, de 2007.
por André Shalders às 01:22 0 comentários
14/12/2008
Pó pará com a heresia!
Jake, auto-intitulada de “Guerreira do Amor”, faz sucesso na Internet com seu axé travestido de sermão religioso. O vídeo “Pó pará com o pó” já conta com quase 400 mil visualizações.
Apesar de todas as pretensões morais e religiosas, a mensagem da música é tão estúpida quanto qualquer outra música do estilo. Jake afirmou que “a música é um apelo para a juventude não destruir sua vida com álcool e drogas” Um apelo inútil – útil, talvez, só para os bolsos de Jake. Nenhum viciado em cocaína vai deixar de se drogar com isso. A letra da música é:
“Pó pará com pó
Pó pará com pó aê (2x)
Estragar tua vida não faz isso não
Tua juventude vai pro “beleléu”
Tem outra saída para diversão
Eu quero mais, eu quero mais
Meu lugar é o céu
Pó pará com pó
Pó pará com pó aê (2x)
Estragar tua vida não faz isso não
Tua juventude vai pro “beleléu”
Tem outra saída para diversão
Eu quero mais, eu quero mais
Meu lugar é o céu
Você tem que tomar
Uma overdose de Jesus
Injetar na veia o sangue
Que correu na cruz
Você tem que tomar
Uma overdose de alegria
Shekinah doidão doidão
Se liga se liga”
Vamos analisar a última estrofe da música que, diferente das outras partes repetitivas, é uma tentativa de transmitir uma mensagem religiosa um pouco mais profunda. É quase uma heresia. Shekinah, um vocábulo hebraico usado para designar uma manifestação visível da glória de Deus, aparece jogado no meio da música, como se colocado de forma aleatória. Ou seria algo “doidão, doidão”? E uma overdose de Jesus não é algo metaforicamente bem construído, uma vez que “over” em inglês expressa a idéia de excesso. Dessa forma, seria uma dose inapropriada para alguém e tenho certeza que não foi isso que Jake queria transmitir em sua música.
O mais absurdo é a sugestão para injetarmos o sangue de Jesus em nossas veias. Essa analogia, no mínimo mal pensada, de um dos símbolos centrais do cristianismo com as drogas (!), é lamentável para qualquer cristão com um pouco de bom senso.
Se liga, Jake!
por Cristian Phillips às 18:05 0 comentários
05/12/2008
Faça também seu poema dadaísta!
"Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público"
Escolhi uma manchete sobre ladrões que se travestiram para assaltar uma joalheria (link: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/12/05/ladroes_levam_ate_80_milhoes_de_euros_de_joalheria_em_paris-586853245.asp). Meu poema ficou assim:
Joalheria
Mulher: praticamente minutos
De criminosos estavam vestidos
Ladrões? Menos. Poucos de ação!
Luz!
Sabiam de dois nomes, Brasília
Assalto!
Esvaziaram alguns com...
Voltou milionário
Roupas pelo palco deles
por Cristian Phillips às 16:57 0 comentários
Marcadores: dada poema
Fun Home

Nele, a personagem lança um olhar incisivo, trágico e por vezes cômico sobre a própria família. Uma das boas surpresas em termos de quadrinhos (e mesmo em literatura), Alison já teve suas criações publicadas em vários jornais independentes e já ganhou uma pá de prêmios de literatura, e não é para menos. Não se trata de mais um besteirol alternativo. Muito mais que pelas peculiaridades da história e da autora, os quadrinhos chamam a atenção pela inteligência e pela fineza do humor - e são além de tudo muito divertidos e bons de ler.
por André Shalders às 15:42 0 comentários